Durante o mês de agosto, mais de 28 mil focos de incêndio foram detectados na Amazônia. A quantidade descreve um aumento de 83% em comparação a 2023, quando quase 16 mil focos foram identificados, segundo informações divulgadas pela WWF-Brasil. 

Embora boa parte das queimadas aconteça em estados brasileiros (36% no Pará, 29% no Amazonas e 16% no Mato Grosso), o problema se estende também aos territórios vizinhos pelos quais o bioma se espalha. É o caso da Bolívia, berço de uma ousada campanha de awareness ambiental criada pela Ogilvy em parceria com a DeepMetrika.

Considerando que a calamidade é amplificada pelo descaso dos governantes regionais e pela falta de reconhecimento público sobre o problema, a agência utilizou inteligência artificial para “atear fogo” em monumentos mundiais como a Torre Eiffel, o Big Ben e a Torre Inclinada de Pisa.

A campanha é uma resposta à discrepância entre o intenso esforço dispensado às coberturas midiáticas realizadas durante incêndio da Catedral de Notre Dame, em 2019, e os preguiçosos movimentos realizados pelos veículos de mídia para denunciar e documentar a destruição da maior e mais importante floresta do planeta.

Com os monumentos em chamas, a campanha questiona a dinâmica de dois pesos, duas medidas com a questão “Por que não reagimos da mesma forma à destruição da Amazônia?”. A ideia é trazer para o problema da Amazônia o mesmo nível de atenção e comoção observado em todo o mundo enquanto a catedral francesa queimava.

Dados compartilhados pela DeepMetrika apontam que o incêndio na catedral parisiense gerou entre dois e três mil milhões de impressões a nível mundial em poucas horas. Em contrapartida, os incêndios na Amazônia, que perduram por mais de três meses, acumulam poucos milhares de menções e compartilhamentos.

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