O dia 27 de outubro de 2022 ficará marcado na história da internet como o “dia em que Elon Musk finalmente comprou o Twitter”. No mês de aniversário da aquisição, que coleciona polêmicas do ponto de vista ético, corporativo e claro, de branding, a plataforma X - nome que nunca caiu nas graças do público - perdeu e, ao mesmo tempo, ganhou pontos na avaliação Brand Value Score (BLS), medida pela Valometry, plataforma de inteligência de marca da agência Ana Couto.

Confuso? Vamos partir do princípio. Antes da aquisição, o BVS do Twitter equivalia a 71 pontos em uma escala que vai de zero a 100. Atualmente, o valor da marca X é 65 - seis pontos a menos do que o Twitter, o que pode ser explicado pelas massivas críticas feitas às mudanças que culminaram na morte do famoso pássaro azul.

Por outro lado, embora as críticas tenham sido a resposta comum às mudanças executadas por Musk, elas não são unânimes. Neste panorama, alguns usuários afirmam que a transformação da plataforma faz sentido, e que as mudanças vão muito além dos luxos da nova direção. Entre estas pessoas, o BVS do X sobe para 80 - nove pontos acima da marca registrada pelo Twitter.

Para Musk, o objetivo da nova fase da rede social seria um reposicionamento como plataforma, expandindo o ramo de atuação do X para uma plataforma ainda mais abrangente. Neste contexto, a rede deixaria de ser um espaço exclusivo para o compartilhamento de ideias e informações e abriria caminho para uma atuação em sistemas financeiros de pagamento, e-commerce e outros serviços.

Na avaliação da pesquisa Valometry, no entanto, a estratégia de reposicionamento falhou em sintonizar com a identidade do produto e não foi trabalhada de maneira adequada em relação a sua audiência. Para Igor Cardoso, Strategic Planning Director na Ana Couto, todo o movimento passa a sensação de uma grande vontade do Elon Musk, que não levou em consideração um público que já estava consolidado na rede social.

Em função disso, as alterações que compunham os principais objetivos de Musk não foram sentidas pelo público em geral. Não por acaso, cerca de 66% dos entrevistados afirmaram nunca ter ouvido falar do novo posicionamento da rede social, enquanto 44% deles disseram que a mudança foi um equívoco, 34% se disseram neutros e somente 24% enxergaram a transformação como algo positivo.

A pesquisa aponta que houve um único ponto positivo para respondentes: 63% consideraram que o X representa uma cara mais moderna do que o logotipo anterior. No entanto, 81% dos entrevistados consideram a marca antiga mais bonita. O logo, quando visto individualmente, também foi associado a algo genérico e sites de conteúdo adulto como o XVideos.

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