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Publicidade precisa focar no consumidor para recuperar credibilidade

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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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Entrevistas

<p class="titulomateria">Publicidade precisa focar no&nbsp;consumidor para recuperar credibilidade</p> <p>Por Guilherme Neto*<br /> <a href="mailto:guilherme@mundodomarketing.com.br">guilherme@mundodomarketing.com.br</a></p> <p><img class="foto_laranja_materias" style="FLOAT: right" title="Publicidade precisa focar consumidor para recuperar credibilidade" border="0" alt="" width="250" height="304" src="images/materias/gino_giacomini_filho.jpg" />A retic&ecirc;ncia do consumidor em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; propaganda vista nos dias de hoje j&aacute; era sinalizada no final da d&eacute;cada de 1980 atrav&eacute;s do livro &ldquo;Consumidor versus Propaganda&quot;, de Gino Giacomini Filho, que ganha sua quinta edi&ccedil;&atilde;o revista e atualizada esse m&ecirc;s pela Summus Editorial.</p> <p>No livro, o professor de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunica&ccedil;&otilde;es e Artes da Universidade de S&atilde;o Paulo (ECA-US <script src="jscripts/tiny_mce/themes/advanced/langs/pt.js" type="text/javascript"></script> P) aborda a influ&ecirc;ncia da propaganda no contexto brasileiro, examinando aquilo que chama de &quot;consumerismo&quot;, movimento social que defende os interesses dos consumidores. Em sua opini&atilde;o, a publicidade est&aacute; mais desacreditada perante o p&uacute;blico por conta de consecutivas pe&ccedil;as abusivas, enganosas ou irrelevantes. <br /> &nbsp;<br /> Isso explicaria, em parte, o sucesso de leis como &quot;Cidade Limpa&quot;, em S&atilde;o Paulo, que proibiu a publicidade em espa&ccedil;os p&uacute;blicos, ou a queda no investimento em publicidade. &quot;No final dos anos 80, a publicidade representava 65% da verba de comunica&ccedil;&atilde;o de uma empresa. Hoje, est&aacute; pr&oacute;ximo dos 40%&quot;, conta. Em entrevista ao Mundo do Marketing, Giacomini explica este fato e recomenda que as ag&ecirc;ncias e anunciantes revertam esse cen&aacute;rio criando campanhas com foco no consumidor.</p> <p><span class="subtitulomateria">&Eacute; verdade que o consumidor n&atilde;o acredita mais na propaganda?</span><br /> N&atilde;o, n&atilde;o &eacute; verdade. O consumidor est&aacute; reticente em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; propaganda. A pesquisa que fizemos proporciona uma nota de 6,5 da propaganda. Foi aprovada, mais &eacute; uma nota relativamente baixa. O que teve maior impacto foram os itens est&eacute;ticos e a qualidade da propaganda, que teve uma nota melhor. O que deixou a desejar foi a parte &eacute;tica porque o consumidor acha que a propaganda &eacute; evasiva e que muitas vezes &eacute; abusiva e enganosa.</p> <p><span class="subtitulomateria">A pesquisa foi feita especificamente para o livro?</span><br /> Sim. Foi feita em S&atilde;o Paulo com consumidores e preenche a necessidade de obter indicadores mais objetivos para entender qual a percep&ccedil;&atilde;o que as pessoas tinham com rela&ccedil;&atilde;o ao trabalho &eacute;tico e de responsabilidade social da propaganda.</p> <p><span class="subtitulomateria">Quais as alternativas que a propaganda deve buscar?<br /> </span>Seria necess&aacute;rio que os agentes publicit&aacute;rios se empenhassem em veicular an&uacute;ncios que n&atilde;o contivessem conte&uacute;do abusivo ou enganoso. Claro que o dispositivo vem sendo trabalhado pelo CONAR e &eacute; anunciado no C&oacute;digo de Defesa do Consumidor, mas isso ainda acontece. Isso faz com que o consumidor tenha uma resist&ecirc;ncia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; propaganda.</p> <p><span class="subtitulomateria">O que configuraria uma propaganda enganosa ou abusiva?<br /> </span>Enganosa &eacute; aquela que mente, induzindo o consumidor ao erro. Por exemplo, quando uma marca diz que determinado leite tem uma certa vitamina.</p> <p><span class="subtitulomateria">Isso ainda acontece nos dias de hoje, com a atua&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os reguladores e com a exist&ecirc;ncia de um consumidor mais informado?</span><br /> Sim. O que o ocorre &eacute; que a forma de enganar se sofisticou, est&aacute; mais sutil. Vemos an&uacute;ncios que sugerem determinadas propriedades que o produto n&atilde;o tem. Ou quando omitem informa&ccedil;&otilde;es, como juros e outros tipos de presta&ccedil;&atilde;o.&nbsp;</p> <p><span class="subtitulomateria">O consumidor consegue discernir uma propaganda enganosa ou n&atilde;o?</span><br /> Existem aspectos que podem ser observados na propaganda, que o consumidor pode se defender. Por exemplo, quando a propaganda omite que determinado produto tem ingredientes transg&ecirc;nicos, o consumidor n&atilde;o tem meios para testar, se defender dessa informa&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Se voc&ecirc; pega um contingente mais popular da popula&ccedil;&atilde;o com menor instru&ccedil;&atilde;o, o n&iacute;vel de observa&ccedil;&atilde;o &eacute; ainda menor. O mesmo pode-se falar em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s crian&ccedil;as.<br /> H&aacute; consumidores com universos cognitivos diferentes, portanto, dizer que todo o consumidor &eacute; consciente em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; propaganda n&atilde;o &eacute; algo razo&aacute;vel. Por isso, &eacute; importante avaliar o impacto de an&uacute;ncios n&atilde;o apenas com o p&uacute;blico-alvo, mas com outros que possam ser atingidos pela pe&ccedil;a tamb&eacute;m.</p> <p><span class="subtitulomateria">O modelo de branded content pode enganar o consumidor?</span><br /> Esse modelo surgiu em parte pelo fracasso da propaganda tradicional em atrair aten&ccedil;&atilde;o ou gerar audi&ecirc;ncia. O que temos visto &eacute; uma padroniza&ccedil;&atilde;o negativa, onde tudo est&aacute; tendo uma qualidade insatisfat&oacute;ria, gerando deprecia&ccedil;&atilde;o na audi&ecirc;ncia dos comerciais.</p> <p>Ent&atilde;o a publicidade precisou encontrar outros espa&ccedil;os, o que inclui o merchandising, os infomerciais e esses programas de branded content. Mas isso &agrave;s vezes acontece de forma enganosa, com informa&ccedil;&otilde;es que n&atilde;o s&atilde;o relevantes para o consumidor ou se perde no consumismo. Ela s&oacute; pensa em vender, sem prestar servi&ccedil;o ao consumidor. Isso faz com que o consumidor rejeite tamb&eacute;m esses novos formatos de publicidade.</p> <p><span class="subtitulomateria">Tirando a propaganda, voc&ecirc; v&ecirc; outras formas de Marketing abusivas?</span><br /> Uma delas &eacute; o telemarketing, que muitas vezes desconsidera o estilo de vida do consumidor ou mesmo o momento pelo qual ele est&aacute; passando. O mesmo acontece em rela&ccedil;&atilde;o aos e-mails. A pr&oacute;pria m&iacute;dia, como as telenovelas, tamb&eacute;m, com uma programa&ccedil;&atilde;o que tenta vender, persuadir as pessoas. Quando o pr&oacute;prio setor de jornalismo tenta persuadir o leitor &eacute; preocupante, gerando uma perda de credibilidade como ve&iacute;culo de comunica&ccedil;&atilde;o.</p> <p><span class="subtitulomateria">O que pode acontecer nos pr&oacute;ximos anos em rela&ccedil;&atilde;o a esse cen&aacute;rio?</span><br /> H&aacute; dois direcionamentos. &Eacute; preciso questionar por que a publicidade &eacute; vista como invas&atilde;o em diversos meios. A propaganda s&oacute; vai ser aceita totalmente se ela prestar servi&ccedil;os &eacute;ticos a sociedade. Quando a sociedade perceber isso, ela aceitar&aacute; a propaganda. Ao contr&aacute;rio, ser&aacute; vista como invasora e ser&aacute; expulsa como aconteceu com o Cidade Limpa. O que aconteceu em S&atilde;o Paulo &eacute; uma sinaliza&ccedil;&atilde;o do que pode acontecer em outras regi&otilde;es e com outros formatos de publicidade.</p> <p>O outro lado dessa quest&atilde;o &eacute; o neg&oacute;cio publicit&aacute;rio. Quando escrevi esse livro, em sua primeira edi&ccedil;&atilde;o, l&aacute; no final dos anos 80, a propaganda tinha uma participa&ccedil;&atilde;o de 65% dos investimentos promocionais. Hoje, est&aacute; pr&oacute;ximo de 40%. O que levanto nessa edi&ccedil;&atilde;o atualizada do livro &eacute; que um dos respons&aacute;veis por esse decr&eacute;scimo &eacute; o concorrente &eacute;tico. Na primeira edi&ccedil;&atilde;o, eu j&aacute; dizia que a propaganda abusiva ou anti&eacute;tica criar&aacute; resist&ecirc;ncias adicionais no consumidor, eliminando sua efic&aacute;cia. As ag&ecirc;ncias focam muito no lado do cliente e d&atilde;o as costas ao consumidor.</p> <p><span class="subtitulomateria">O investimento em outros canais, como o varejo, e surgimento de novas formas de comunica&ccedil;&atilde;o, como o Marketing Digital, tamb&eacute;m &eacute; um fator a se considerar, n&atilde;o?</span><br /> Sem d&uacute;vida. A fragmenta&ccedil;&atilde;o da m&iacute;dia e da audi&ecirc;ncia &eacute; outra raz&atilde;o. N&atilde;o sabemos o peso do fator &eacute;tico na descren&ccedil;a da propaganda, mas &eacute; sem d&uacute;vida um dos ingredientes que leva a isso.</p> <p>No &uacute;ltimo Congresso de Publicidade houve uma postura muito defensiva por parte da propaganda, dizendo-se censurada. Algumas acusa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o levianas ou aumentadas, mas o setor precisa sim se empenhar na quest&atilde;o &eacute;tica por uma quest&atilde;o de competitividade.</p> <p><span class="subtitulomateria">Como as ag&ecirc;ncias podem trabalhar para o cliente, sem trair o consumidor?</span><br /> A propaganda deve ser an&aacute;loga ao Marketing, tendo foco no cliente. No trabalho com o anunciante, isso pode funcionar de uma forma limitada, mas todos os agentes publicit&aacute;rios, principalmente o cliente, devem ter essa consci&ecirc;ncia. Se n&atilde;o, corre-se o risco de comprometer as vendas e, conseq&uuml;entemente, o neg&oacute;cio do cliente. O que se v&ecirc; na publicidade, por exemplo, &eacute; o uso de humor sem ader&ecirc;ncia com a efic&aacute;cia da propaganda ou com o uso de conte&uacute;do que valoriza o anunciante, mas n&atilde;o prestam servi&ccedil;o ao consumidor, que acaba filtrando essas informa&ccedil;&otilde;es at&eacute; um ponto em que fica insens&iacute;vel&nbsp;&agrave; persuas&atilde;o publicit&aacute;ria.</p> <p>A propaganda precisa ser encarada como prestadora de servi&ccedil;o, tendo foco no consumidor, que &eacute; justamente atend&ecirc;-lo bem. A publicidade ser&aacute; melhor aceita se ela mostrar ao consumidor que agregou algo ao seu estilo de vida.</p> <p><em>* Com reportagem de Bruno Mello.</em></p>

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