Muito se fala sobre a integração entre Gestão, Marketing e Vendas como a fórmula definitiva para o sucesso empresarial. No entanto, a realidade corporativa mostra que essa "tríade perfeita" é mais uma ideia romantizada do que uma solução infalível. Dados da McKinsey mostram que 70% das empresas falham em alinhamentos de objetivos entre equipes. A grande maioria ainda falha na execução dessa sinergia, não por falta de metodologias, mas por resistência cultural, desalinhamento de objetivos e excesso de dependência em soluções tecnológicas que não resolvem problemas estruturais.

A gestão, tida como o alicerce da tríade, enfrenta desafios complexos que vão além da adoção de novas tecnologias. O uso de inteligência artificial, frameworks como OKRs e processos otimizados só são eficazes quando há um alinhamento claro entre liderança e equipes operacionais. No entanto, o que se vê são gestões excessivamente burocráticas, que impõem mudanças sem preparar a cultura organizacional para absorvê-las. A Microsoft pode até revisar estratégias trimestralmente, mas é necessário refletir sobre quantas empresas realmente têm a estrutura para fazer isso sem comprometer a produtividade e gerar frustração entre seus colaboradores.

Outro exemplo que podemos citar, refere-se a Amazon, que frequentemente é mencionada como sinônimo de inovação, mas também ilustra os dilemas da automação extrema. O uso da Amazon Web Services (AWS) e de sistemas logísticos automatizados, como robôs em centros de distribuição, permite eficiência e personalização. No entanto, essa integração tecnológica vem acompanhada de críticas sobre a precarização do trabalho humano, visão intensa sobre funcionários e a crescente dependência de uma infraestrutura digital que centraliza o poder e mina a concorrência. 

O marketing, por sua vez, se vangloria de criar valor e conectar empresas ao mercado. Mas a verdade é que muitas estratégias são pautadas em métricas vazias de engajamento que não se traduzem em impacto real. A campanha "Share a Coke" da Coca-Cola é frequentemente citada como um case de sucesso, mas o que poucos mencionam é que a gigante de bebidas já possuía um mercado consolidado. Para uma empresa em crescimento, campanhas desse tipo são um luxo caro e nem sempre eficaz.

Por fim, as vendas são colocadas como o momento da "concretização do valor", mas em muitas empresas, essa etapa ainda é tratada de forma isolada. A Tesla frequentemente promove sua estratégia de eliminação intermediária como um avanço na melhoria e eficiência das vendas. No entanto, essa abordagem também levanta questionamentos sobre a falta de transparência nos preços, a limitação do suporte pós-venda e a centralização excessiva do controle da empresa sobre a experiência do consumidor. Aos canais tradicionais de atendimento, a Tesla redefine a relação com o cliente, mas à custa de desafios que nem sempre são perigosos.

Em resumo, a tríade entre Gestão, Marketing e Vendas só funciona quando há um compromisso genuíno com a integração, e não apenas a implementação de metodologias da moda. Empresas que de fato conseguem conectar esses pilares com um modelo de governança eficiente, líderes preparados e estratégias realistas são as que realmente conquistam vantagem competitiva. O resto é apenas discurso.