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Oito insights do Engage for Good 2024

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Tempo de Leitura 21 min

Empresário de comunicação apaixonado pelo Marketing de Causa, finalmente consegui ir ao Engage for Good, o maior evento sobre o tema dos Estados Unidos, berço global deste apaixonante (e necessário) assunto. Neste ano, ele aconteceu em maio, na cidade de Minneapolis.

Foi um prazer ter feito esta viagem com todo o time da MOL Impacto, a grande líder e curadora desta caravana, que há muitos anos vem mostrando no Brasil que o Marketing de Causa pode ser transformador para marcas e organizações.

É quase impossível “resumir” o conteúdo de um evento desta magnitude, mas, para compartilhar meus aprendizados com o time (e clientes) da REPENSE, listei os oito pontos que mais me impactaram como PF e PJ.

OtavioDias_CEO da Repense (direita, de preto) com participantes do Engage for Good

Foto: Otavio Dias - CEO da Repense (direita, de preto) com participantes do Engage for Good

1) No Marketing de Causa, marcas e organizações devem andar lado a lado.

Para desenhar suas estratégias de ESG e eleger suas causas prioritárias, as empresas normalmente consideram a relevância e o impacto das questões ambientais, sociais e de governança em suas operações e setores de atuação e, muitas vezes, se inspiram e se norteiam também pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Da eleição das causas ao plano de ação para geri-las e implementá-las, há cada vez maior preocupação em aprofundar e sofisticar tecnicamente suas atuações, garantindo coerência, profundidade e “verdade” pra "dentro" – junto aos seus colaboradores, conselheiros e acionistas – e pra “fora” junto aos demais stakeholders, evitando, assim, qualquer tipo de “washing”.

Por tudo isso, aqui na REPENSE acreditamos que as causas e organizações advindas do Marketing de Causa passarão também a contribuir com cada vez mais intensidade para o fortalecimento da estratégia de ESG das empresas como um todo.

Afinal, a parceria com as ONGs – que também buscam e precisam de suporte financeiro e capilaridade para viabilizar, incrementar ou escalar seus impactos – aporta expertise, conhecimento técnico e, sobretudo, prático, sobre cada uma dessas causas.

No Engage for Good, todos os cases de Marketing de Causa foram apresentados conjuntamente pelas empresas e suas organizações parceiras, lado a lado, nos diferentes palcos, evidenciando que para este tipo de iniciativa dar certo, é preciso colaboração verdadeira e profunda.

O evento também demonstrou que, se por um lado, as organizações trazem consistência e “lugar de fala” para as causas eleitas pelas empresas, por outro, as grandes marcas dão visibilidade e impulso muito representativo para causas e organizações.

E para gerarem resultado tangível e de longo prazo é preciso evoluir suas parcerias com as organizações de pontuais ou temporárias (campanhas) para parcerias contínuas e orgânicas (movimentos).

Na sua fala de abertura, o CEO da Engage for Good, Muneer Panjwani, desafiou as empresas e organizações presentes a repensarem seus papéis nos movimentos que participam, remetendo ao livro “4 papéis do ativismo social”, de Bill Moyer. Panjwani também apresentou os papéis que ativistas precisam desempenhar para criar mudanças sociais com sucesso.

Primeiro, os ativistas devem ser vistos pelo público como cidadãos responsáveis para ganhar o respeito e a aceitação da maioria. Eles precisam dizer “SIM!” aos princípios, valores e símbolos fundamentais de uma sociedade boa. Ao mesmo tempo, devem ser rebeldes que dizem “NÃO!” às condições sociais e políticas institucionais que violam esses valores. Como agentes de mudança, devem educar e organizar o público para se opor às políticas atuais e buscar soluções construtivas para, finalmente, tornarem-se reformadores, trabalhando com estruturas políticas e judiciais para incorporar soluções em novas leis e práticas.

Muneer acredita que veremos, com cada vez mais frequência, organizações corporativas e sem fins lucrativos estabelecendo relacionamentos de longo prazo e mutuamente benéficos. Afinal, as melhores parcerias alinham-se num propósito partilhado, inovam em conjunto e constroem confiança ao longo do tempo.

2) Emergências Climáticas e Catástrofes Humanitárias não sairão mais da pauta.

Para definir sua estratégia de ESG e eleger suas causas prioritárias, as empresas normalmente escolhem os ODS mais relevantes para o seu core business – e cadeia de valor –, garantindo que as causas escolhidas sejam integradas em suas práticas de governança, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social.

Mas, independentemente destas causas principais escolhidas, em momentos de catástrofes ambientais e humanitárias, todas elas acabam também se voltando para o "emergencial".

Num cenário de emergência climática que, infelizmente, implicará em catástrofes cada vez mais frequentes, todas (ou quase todas) as empresas passarão a ter políticas predefinidas para serem acionadas sempre que necessário.

Num dos primeiros workshops do evento, o PayPal falou sobre a sua política de arrecadação de fundos através da sua plataforma “PayPal Gives” que tem alto potencial de arrecadação, afinal, são 500 milhões de clientes e, destes, 5% já fizeram alguma doação.

Ao compartilhar seus critérios para escolha das causas e organizações que entram na plataforma, reforçou a importância que as doações emergenciais passaram a ter e, por isto, possuem agora um processo de monitoramento constante, direcionando – sempre que necessário - suas doações para organizações de ajuda humanitária específicas.

No Hurricane Harvey, por exemplo, se uniu a Direct Relief e American Red Cross para facilitar doações, arrecadando mais de US$ 1,5 milhão para ajudar as vítimas do furacão. Na Guerra da Ucrânia, por exemplo, levantaram mais de US$ 160 milhões em 3 meses.

Vale lembrar que em 2022 o PayPal lançou no Brasil o recurso Doe no Checkout (em inglês, Give at Checkout), que permite ao consumidor realizar doações no valor de R$ 5,00 no momento da finalização de compras online usando a carteira PayPal como método de pagamento.

No seu lançamento, três instituições fazem parte da ação: o GRAAC, que acolhe crianças e adolescentes com câncer; a Associação Humanitária É Por Amor, que apoia pessoas em situação de rua, e a Associação Confraria dos Miados e Latidos, que atua no resgate e na adoção de animais abandonados.

Os valores doados não são submetidos ao desconto de taxas quando feitas por meio dos canais do PayPal, o que significa que cada real doado é integralmente direcionado às iniciativas.

3) Charity Water, eleita a organização do ano do Engage for Good 2024, vem sendo disruptiva em tudo o que faz.

A Charity Water é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a fornecer água potável para comunidades em países em desenvolvimento.

Fundada em 2006 e com atuação em 29 países, adota um modelo inovador de captação de recursos, em que 100% das doações públicas vão diretamente para projetos de água, enquanto os custos operacionais são cobertos por doadores privados.

Possui canais convencionais de captação, mas o Marketing de Causa ocupa lugar de destaque em sua estratégia, estabelecendo parcerias super inovadoras – no formato e na comunicação – com um número impressionante de mais de mil marcas das mais diversas categorias: do superluxo ao fast fashion, das gigantes globais de tecnologia às redes de hotéis e resorts.

O Google, por exemplo, oferece soluções tecnológicas para monitorar o impacto dos projetos, enquanto a Amazon facilita doações através de sua plataforma.

A Caterpillar, fabricante de equipamentos de construção e mineração, contribui através do fornecimento de maquinário e expertise técnica para os projetos de infraestrutura da organização, ajudando na construção de poços e sistemas de distribuição de água.

A Uniqlo, marca global de moda conhecida por oferecer roupas casuais de alta qualidade, inovadoras e acessíveis, ao substituir suas sacolas plásticas por sacolas de papel, também implementou uma cobrança de 10 centavos por sacola, se comprometendo a doar 5 centavos para a Charity Water.

Em breve, a Charity Water inaugura o Experience Lab em Nova York, um espaço multimídia interativo que permitirá aos visitantes entenderem melhor o impacto do acesso à água potável e se engajarem com a causa de forma prática e educacional, uma iniciativa super ousada que mostra que a comunicação, para eles, é um pilar estratégico, consistente e indispensável.

A Charity Water possui campanhas memoráveis (próprias e dos seus parceiros). Vale a pena conhecer a história de Nora, uma criança de 6 anos que doou US$ 8,15 e inspirou uma das campanhas mais emblemáticas de fundraising da organização:


4) Google, eleita a marca do ano pelo Halo Award 2024 (premiação anual do Engage for Good), mostrou o potencial da IA para resolver os problemas da humanidade.

À medida que enfrentamos uma era marcada por desafios globais cada vez mais complexos, as gigantes da tecnologia têm uma responsabilidade crescente em buscar soluções para os problemas urgentes da humanidade.

Com recursos vastos e uma influência global significativa, essas empresas estão na vanguarda da inovação e têm o poder de transformar não apenas mercados, mas também vidas.

Este papel estratégico das techs é fundamental para enfrentar e mitigar os impactos das crises sociais e ambientais que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo – e o Google já tem muita história para contar.

Junto à organização GiveDirectly vem contribuindo para o enfrentamento do caos logístico das operações de ajuda em desastres através de uma ferramenta de IA que avalia automaticamente os danos em construções a partir de imagens aéreas das áreas afetadas, identificando rapidamente os locais mais necessitados para decidir quem precisa de socorro mais rápido.

Na Índia, a parceria com a ONG Wadhwani AI utiliza uma ferramenta de IA para ajudar os agricultores a detectarem insetos que destroem as colheitas.

Junto ao Médicos Sem Fronteiras (MSF), eles também estão lutando contra a resistência a antibióticos, no desenvolvimento de um aplicativo que diagnostica infecções bacterianas a partir da imagem de uma placa de Petri.

Seu programa de voluntariado, o Google.org Fellowship, também impressiona, indo muito além do típico trabalho voluntário corporativo. Ele surgiu de uma observação clara: muitas ONGs queriam usar mais IA e outras tecnologias avançadas, mas tinham dificuldade em encontrar e reter engenheiros de software, gerentes de produto e outros profissionais especializados. Ao mesmo tempo, os funcionários do Google estavam ansiosos para aplicar suas habilidades em projetos que realmente fizessem a diferença.

Assim, o Fellowship mobiliza equipes de Googlers para trabalhar voluntariamente por até seis meses, usando suas habilidades em engenharia, gestão de produto e design de experiência do usuário para ajudar os beneficiários do Google.org a resolverem desafios técnicos complexos.

Quatro em cada cinco ONGs acham que a IA generativa pode ser útil para seu trabalho, mas quase metade disse que ainda não está usando a tecnologia. Por isso, o Google.org está lançando uma iniciativa com um compromisso de US$ 15 milhões para apoiar o treinamento em habilidades de IA, e um programa de aceleração de US$ 20 milhões dedicado a ajudar ONGs a usar IA generativa.

Com suas colaborações globais e iniciativas como o Google.org Fellowship, o Google está estabelecendo um padrão de como as corporações podem utilizar seus imensos recursos e expertise para promover mudanças reais, transformando o ideal de “tecnologia para o bem” em ações tangíveis e impactantes.

Vale ressaltar que o uso de IA para resolver os principais problemas da humanidade não é uma iniciativa exclusiva do Google.

A AI for Good é organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) – a agência da ONU para tecnologia da informação e comunicação – em parceria com outras 40 agências das Nações Unidas e coorganizada pelo governo da Suíça. Ela vem se tornando uma das principais plataformas da ONU para promoção da IA para avanços globais nas áreas de saúde, clima, gênero, prosperidade inclusiva, infraestrutura sustentável e outras prioridades de desenvolvimento global.

A última edição aconteceu em Geneva, Suíça, em 2024 e vai acontecer em Shangai, China, em 2025. Saiba mais em: https://aiforgood.itu.int/5) Mattel, Warner Bros e Discovery mostram que o filme Barbie é muito mais do que um campeão de bilheteria.

A Mattel apoia a organização Save the Children há quase 20 anos e já doou mais de 22 milhões de dólares para ajudar crianças.

A parceria abrange desde a resposta a desastres e emergências até o investimento em programas de educação de verão da Save the Children.

Juntas, Mattel e Save the Children compartilham o compromisso de incentivar o hábito de brincar para as crianças que mais precisam.

Nos EUA, a Mattel apoia programas de educação infantil e atividades extracurriculares em áreas rurais, enquanto no cenário internacional as doações beneficiam programas de educação, saúde e proteção infantil.

Em 2023, aproveitando o lançamento do filme da Barbie, esta parceria foi muito além. Juntas, Warner Bros., Discovery, Mattel e Save the Children geraram um impacto inimaginável.

Desde o início, a colaboração estratégica teve como objetivo alavancar a popularidade global da Barbie para promover a educação, a igualdade de gênero e o desenvolvimento das habilidades das meninas.

Utilizando a influência da Barbie como um ícone cultural, a iniciativa buscou inspirar meninas a alcançarem seus sonhos e superarem barreiras, além de promover programas educacionais que incentivassem a criatividade, a confiança e a liderança entre as jovens.

A Mattel, como fabricante da Barbie, desenvolveu campanhas de marketing e produtos alinhados com a mensagem de empoderamento feminino, destinando parte das vendas desses produtos a programas da Save the Children.

A Warner Bros. Discovery, responsável pela distribuição do filme, ajudou a integrar mensagens de empoderamento e inclusão no enredo do filme e utilizou sua plataforma de mídia para amplificar a campanha.

Por sua vez, a Save the Children, organização sem fins lucrativos, utilizou os fundos arrecadados para potencializar programas de educação e empoderamento em áreas carentes de comunidades ao redor do mundo.

A campanha aumentou a conscientização sobre a importância da igualdade de gênero e o poder feminino, atingindo milhões de espectadores do filme.

Os fundos levantados foram usados para financiar projetos de Save the Children que oferecem educação, treinamento de habilidades e apoio psicológico para meninas.

Além disso, foram criados recursos educacionais e workshops inspirados no filme da Barbie, destinados a escolas e comunidades, promovendo a autoestima e a liderança entre as meninas.

Esta colaboração exemplifica com brilhantismo como parcerias entre corporações e organizações sem fins lucrativos podem usar a cultura pop para abordar questões sociais críticas, trazendo mudanças significativas e duradouras para a vida de jovens ao redor do mundo.

6) Grandes empresas – as que visam o lucro acima de tudo – serão cada vez mais desafiadas por startups alicerçadas em propósito.

Estudo da Nielsen revelou que 73% dos millennials estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis. Essa disposição reflete uma crescente consciência e preocupação com questões ambientais e sociais entre os consumidores mais jovens. De acordo com outra pesquisa realizada pela Cone Communications, 87% deles afirmaram que gostariam de trabalhar para uma empresa que se preocupa com questões sociais e ambientais.

Não há mais dúvida de que as novas gerações vão prestigiar cada vez mais as marcas engajadas com causas e, nessa luta contra o tempo, algumas startups estão incomodando empresas consagradas.

No segmento de alimentos dos Estados Unidos, por exemplo, a Chobani revolucionou gigantes da indústria de iogurte com seu produto grego, forçando grandes players como a General Mills a correrem atrás. Vê-las lado a lado num dos painéis do evento foi muito interessante.

A centenária General Mills, uma das principais empresas de alimentos do mundo, possui uma vasta gama de produtos e uma longa história, mas também enfrenta a dificuldade de reorientar sua estratégia em um mundo que valoriza cada vez mais a sustentabilidade e a responsabilidade social. A empresa tem feito esforços para implementar práticas mais sustentáveis, como a redução de desperdício e a melhoria da cadeia de suprimentos, mas essas mudanças são lentas e complexas, dadas suas estruturas e processos estabelecidos.

Apesar dos desafios, é perceptível a busca destas gigantes do setor em agregarem atributos sociais e ambientais às suas reputações. Atualmente, a campanha "Yoplait It Forward" da Yoplait (General Mills) busca espalhar positividade e aumentar a confiança das mulheres de todas as idades por meio de elogios. Para isso, lançaram uma edição especial de iogurtes com tampas que trazem mais de 120 elogios únicos, transformando cada interação com o produto em um momento de positividade. Consumidores que compram US$ 10 em produtos Yoplait podem também reivindicar dois anéis de elogio, um para si e outro para compartilhar. Assim, a Yoplait se compromete a empoderar mulheres e, em parceria com a organização Girls Inc., inspira também jovens a acreditarem em si mesmas e alcançarem seu potencial.

Por outro lado, a Chobani, fundada em 2005, entrou no mercado de iogurtes com uma proposta clara de ser não apenas um produto saudável, mas também uma marca que se preocupa com questões sociais e ambientais. Desde o início, a empresa se comprometeu com a sustentabilidade, utilizando ingredientes naturais e sustentáveis de origem controlada.

Também prioriza o uso de leite de vacas alimentadas com pastagem e sem hormônios, e se compromete a não utilizar conservantes ou sabores artificiais em seus produtos. Essa transparência em relação aos ingredientes e práticas agrícolas é um forte atrativo para os consumidores que buscam opções mais saudáveis.

Mas não é só isso. A Chobani Foundation foi criada para apoiar comunidades e promover iniciativas de impacto social, abraçando causas como a nutrição infantil, a educação e a inclusão social.

Um exemplo é o programa "Chobani Incubator", que ajuda novos empreendedores de alimentos e bebidas que compartilham o compromisso da Chobani com a qualidade e a responsabilidade social. Esse tipo de apoio à inovação e ao empreendedorismo social reforça a posição da Chobani como uma marca comprometida com o bem-estar da população.

A empresa também tem se envolvido em campanhas de apoio a refugiados. A "Chobani's Refugee Initiative" é um exemplo claro desse compromisso, destacando a responsabilidade social da marca e sua capacidade de impactar positivamente a vida das pessoas.

As lições que podem ser extraídas desse paralelo General Mills X Chobani são significativas.

Para grandes empresas como a General Mills, a inovação não deve ser vista apenas como uma resposta às tendências do mercado, mas como uma parte fundamental de sua identidade. O Marketing de Causa deve ser autêntico e alinhado com os valores da empresa, evitando ações que possam parecer superficiais ou oportunistas.

Para startups como a Chobani, a capacidade de se manter fiel a suas promessas de sustentabilidade e responsabilidade social é uma vantagem competitiva poderosa, permitindo que construam uma base de clientes leais e engajados. Suas iniciativas são consistentes, evolutivas e de longo prazo – fazem parte da essência da marca desde a sua fundação.

7) A icônica Patagonia ainda é “a” referência em marca sustentável.

A visita guiada à loja da Patagonia foi um outro momento marcante desta viagem.

Fundada em 1973 por Yvon Chouinard – inicialmente como uma empresa de equipamentos para escalada –, desde o início, a marca se destacou por sua abordagem ética e ambiental, adotando práticas sustentáveis na sua produção.

Nos anos 80, a Patagonia começou a se envolver em causas ecológicas, doando 1% de suas vendas para organizações ambientais.

Com o tempo, a marca se transformou em uma líder em responsabilidade corporativa, promovendo a transparência e a sustentabilidade em toda a sua cadeia de suprimentos.

Além de fabricar produtos de alta qualidade, a Patagonia se tornou um defensor ativo de questões como a mudança climática e a conservação da natureza.

Ao oferecer produtos projetados para durar e implementar um programa de reparo que permite que os clientes consertem itens danificados em vez de descartá-los, a empresa reforça seu compromisso com a redução do desperdício e a promoção de uma economia circular, em que o consumo consciente é incentivado.

Hoje, a Patagonia é reconhecida não apenas por seus produtos duráveis, mas também por seu compromisso com o ativismo ambiental e social, inspirando outras marcas a adotarem práticas semelhantes e a se tornarem mais cidadãs e engajadas.

Seu lema "Estamos em negócios para salvar nosso planeta" encapsula sua missão de promover a responsabilidade corporativa e a conscientização ambiental.

As lojas da Patagonia também desempenham um papel importante na comunidade, estabelecendo parcerias com organizações sociais e ambientais locais no entorno de cada loja.

Essas colaborações não só aumentam a conscientização sobre questões ambientais, mas também incentivam a participação ativa da comunidade em iniciativas de preservação.

Através de eventos, workshops e campanhas, a Patagonia promove um engajamento mais profundo entre seus clientes e as causas que defende, solidificando sua identidade como uma marca cidadã e inspiradora.

Em 2022, Yvon Chouinard decidiu doar o seu negócio à causa da proteção do meio ambiente, transferindo sua propriedade a um fundo e a uma organização sem fins lucrativos que irão dedicar todos os lucros gerados à defesa do planeta.

Essa doação solidificou a reputação da marca como uma verdadeira defensora do meio ambiente, utilizando sua influência e recursos para apoiar causas essenciais.

Veja a matéria feita pela Reuters sobre esta doação histórica no mundo da filantropia:


8) Gary Mendell e Angela Harrelson mostraram que por trás de cada movimento existem histórias pessoais de dor e superação.

Num evento como o Engage for Good, temos a oportunidade de reafirmar que por trás de toda marca engajada com causas existem histórias pessoais de superação e lideranças inspiradoras que dedicam suas vidas para contribuir para um mundo melhor.

Gary Mendell, fundador da Shatterproof, começou sua emocionante apresentação contando a história do seu filho Brian, viciado em drogas, que passou por oito programas diferentes de reabilitação e, mesmo estando “limpo” por 13 meses, aos 25 anos se suicidou motivado pela vergonha que sentia de si mesmo.

Sua tragédia pessoal levou Mendell a perceber a necessidade urgente de uma abordagem mais eficaz e compassiva para lidar com a dependência e os transtornos relacionados ao uso de drogas e álcool.

Desde então, a Shatterproof tem trabalhado incansavelmente para mudar a forma como a sociedade vê e trata a dependência química, promovendo a conscientização, a educação e a defesa de políticas que apoiem a recuperação dos pacientes.

Ao fundamentar suas iniciativas em dados e ciência, a organização utiliza estatísticas impactantes para ilustrar a necessidade de mudança.

Por exemplo, a organização revela que 75% das pessoas não reconhecem o vício em drogas como uma doença, 60% dos profissionais de saúde não acreditam que é uma condição médica e 40% têm a percepção equivocada de que os medicamentos para tratamento não são eficazes.

Esses dados evidenciam a importância de educar tanto os profissionais de saúde quanto o público em geral, para que possam compreender a seriedade da dependência e da saúde mental.

Ao abordar esses mitos e preconceitos, a Shatterproof não apenas busca transformar a visão da sociedade sobre a dependência, mas também se esforça para garantir que todos os indivíduos afetados tenham acesso ao tratamento adequado e ao apoio necessário.

A organização oferece recursos valiosos, como programas de apoio, informações sobre tratamentos e ferramentas para ajudar famílias e pacientes a navegarem pela complexidade do vício.

Além disso, a Shatterproof tem se empenhado em desestigmatizar a dependência, promovendo uma abordagem que enfatiza a recuperação e a compaixão, em vez do julgamento e do preconceito.

A colaboração com empresas permite que a ONG amplifique sua mensagem, alcance um público mais diversificado e obtenha os recursos necessários para sustentar seus programas.

Essas parcerias incluem campanhas de arrecadação de fundos, iniciativas de responsabilidade social corporativa, colaborações em eventos de conscientização e, principalmente, a educação dos seus colaboradores e clientes finais sobre a realidade da dependência e sua relação com a saúde mental.

Cada colaboração amplia o alcance da mensagem e ajuda a transformar a cultura organizacional, criando um espaço onde a discussão sobre a dependência se torna mais aberta e menos estigmatizada.

Não poderia deixar de fora deste compilado o momento mais emocionante desta viagem, que foi a nossa visita à George Floyd Square, local da morte de George Floyd em 25 de maio de 2020, onde fomos recepcionados por sua tia, a incomparável Angela Harrelson.

Floyd morreu durante uma abordagem policial em Minneapolis, quando o ex-policial Derek Chauvin pressionou o joelho contra o pescoço de Floyd por mais de nove minutos.

O evento, capturado em vídeo e rapidamente noticiado e viralizado, gerou indignação e protestos massivos em todo o mundo, desencadeando um movimento global contra a brutalidade policial e o racismo sistêmico, simbolizado pelo lema "Black Lives Matter".

A repercussão de sua morte levou muitas empresas a reavaliar suas políticas de diversidade e inclusão, resultando em compromissos públicos para combater o racismo e apoiar as comunidades afro-americanas.

Muitas organizações implementaram iniciativas para promover a equidade racial e a justiça social, reconhecendo a necessidade de mudanças em suas estruturas e práticas.

O legado de George Floyd é mantido vivo por sua tia, Angela Harrelson, que se tornou uma voz ativa na luta por justiça e igualdade.

Harrelson continua a lutar pela justiça em George Floyd Square, um espaço dedicado à memória de seu sobrinho, que simboliza a resistência e a esperança de um futuro melhor.

Em seu livro "Lift Your Voice", ela compartilha suas experiências e a importância de honrar a memória de Floyd.

O movimento criado em torno de sua morte permanece relevante, servindo como um chamado à ação para todos que buscam justiça e igualdade.

*Otavio Dias é sócio-fundador e CEO da Repense Comunicação

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Bruno Mello

Fundador e Editor Executivo

Fundador e Editor Executivo do Mundo do Marketing, Jornalista com MBA em Marketing.

AUTOR

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