<p class="titulomateria">Marca do Banco Real ser&aacute; substitu&iacute;da pela do Santander</p> <p>Por Bruno Mello<br /> <a href="mailto:bruno@mundodomarketing.com.br">bruno@mundodomarketing.com.br</a></p> <p><img class="foto_laranja_materias" title="Marca do Banco Real ser&aacute; substitu&iacute;da pela do Santander" border="0" alt="" width="198" height="281" style="float: left" src="images/materias/FernandoMartins_realXsantan.jpg" />O que o mercado especulava desde que o Santander adquiriu a opera&ccedil;&atilde;o do Banco Real no Brasil, no ano passado, j&aacute; est&aacute; acontecendo. A marca do Real ser&aacute; mesmo substitu&iacute;da pela do Santander. N&atilde;o haver&aacute; uma ruptura, entretanto. Na pr&aacute;tica, os dois bancos mant&ecirc;m suas marcas at&eacute; 2010, quando est&aacute; marcado o in&iacute;cio da troca de bandeira.</p> <p>At&eacute; l&aacute;, um grupo coordenado pelo Diretor de Marketing Fernando Byington Egydio Martins trabalha em diversos estudos e a&ccedil;&otilde;es para transferir todos os atributos da marca do Real para o Santander. Os servi&ccedil;os e ag&ecirc;ncias dos bancos j&aacute; est&atilde;o sendo integrados. A sustentabilidade, marca registrada do Real, j&aacute; est&aacute; servindo de refer&ecirc;ncia at&eacute; para projetos na Espanha, sede mundial do Santander.</p> <p>Este &eacute; um caso raro de uma empresa comprada que est&aacute; levando a sua cultura para a compradora. Fernando Martins, ent&atilde;o Diretor Executivo de Estrat&eacute;gia da Marca e Comunica&ccedil;&atilde;o Corporativa do Banco Real, foi promovido ao comando da nova diretoria no Santander que incorpora tamb&eacute;m a Ouvidoria.</p> <p>Em entrevista exclusiva ao Mundo do Marketing, Fernando Martins explica como est&aacute; sendo a integra&ccedil;&atilde;o e a mudan&ccedil;a que haver&aacute; com as marcas. Ele comenta ainda sobre o processo que levar&aacute; a morte da marca do Banco Real, que, segundo a consultoria Top Brands, tem o maior n&uacute;mero de defensores, aqueles clientes que al&eacute;m de consumir recomendam e defendem a marca.</p> <p><span class="subtitulomateria">Desde a compra do Real pelo Santander, o mercado vem se perguntando como ficar&atilde;o as marcas dos dois bancos no Brasil. Voc&ecirc; tem uma resposta?<br /> </span>As duas marcas v&atilde;o coexistir enquanto integramos os produtos, os servi&ccedil;os e as equipes, num prazo m&iacute;nimo de dois anos. Queremos transferir para a nova marca, que ser&aacute; a do Santander, o melhor dos dois mundos. Acreditamos que seja poss&iacute;vel transferir os atributos da marca do Real para o Santander. Isso j&aacute; vem sendo feito atrav&eacute;s de um alinhamento de vis&atilde;o. Vamos fazer esta mudan&ccedil;a com calma, de forma paulatina, para trazer benef&iacute;cio para os clientes e funcion&aacute;rios dos dois bancos.</p> <p><span class="subtitulomateria">N&atilde;o vai haver uma ruptura de marca?</span><br /> N&atilde;o. Vamos fazer uma evolu&ccedil;&atilde;o do que &eacute; o Santander hoje incorporando o que de bom tem no Real. Na pr&aacute;tica as ag&ecirc;ncias e produtos do Real ser&atilde;o substitu&iacute;dos por essa integra&ccedil;&atilde;o e levar&atilde;o a marca Santander. Devemos come&ccedil;ar este movimento no segundo semestre de 2010, mas ainda estamos definindo.</p> <p><span class="subtitulomateria">A marca do Real &eacute; muito forte no Brasil. Como voc&ecirc;s v&ecirc;em a morte desta marca?</span><br /> Na realidade n&atilde;o &eacute; a morte de uma marca, mas de um nome. Haver&aacute; a transfer&ecirc;ncia de valores, pr&aacute;ticas e do jeito de fazer neg&oacute;cio para o Santander. N&atilde;o &eacute; uma ruptura. &Eacute; uma evolu&ccedil;&atilde;o, uma integra&ccedil;&atilde;o. O fato do F&aacute;bio (Barbosa, Presidente do Grupo Santander no Brasil) estar conduzindo esta opera&ccedil;&atilde;o garante que mantenhamos o foco no cliente. N&atilde;o vejo conflito nenhum. N&atilde;o h&aacute; fantasmas e fantasias. Este processo ser&aacute; muito bom e n&atilde;o tenho d&uacute;vidas de que vamos conseguir posicionar a marca Santander unindo o melhor das duas.</p> <p><span class="subtitulomateria">O Santander tem sua marca ligada fortemente com o esporte, enquanto o Real &eacute; lembrando pelo foco na sustentabilidade. Esses dois mundos tamb&eacute;m ser&atilde;o integrados?<br /> </span>Com tempo vamos construir este posicionamento. O Santander tem como slogan &ldquo;O valor das id&eacute;ias&rdquo;, e o Real, &ldquo;O banco da sua vida&rdquo;. Acreditamos que as id&eacute;ias s&atilde;o boas quando s&atilde;o executadas em benef&iacute;cio da vida das pessoas. Ent&atilde;o, achamos perfeitamente harm&ocirc;nico a integra&ccedil;&atilde;o destes dois conceitos.</p> <p>H&aacute; algumas linhas mestras. O Santander patrocina o GP de F&oacute;rmula 1 e o Real patrocina as transmiss&otilde;es da F-1 na Globo. Nossa inten&ccedil;&atilde;o &eacute; veicular an&uacute;ncios dos dois bancos nas m&iacute;dias que estamos comprando. Tudo est&aacute; sendo feito de forma estudada. O Santander tem um instituto cultural em Porto Alegre que &eacute; muito ativo e o Real tem um em Recife tamb&eacute;m muito ativo. Como juntamos isso e criar um caminho em que as duas marcas v&atilde;o se alinhar, &eacute; o desafio.</p> <p>O Santander enfatiza muito a quest&atilde;o de inova&ccedil;&atilde;o e o Real o do relacionamento. Relacionamento a partir da vis&atilde;o de mundo de desenvolvimento sustent&aacute;vel. J&aacute; fizemos dois workshops sobre pr&aacute;ticas sustent&aacute;veis com clientes institucionais dos dois bancos e foi um sucesso. As pessoas come&ccedil;am a perceber que &eacute; poss&iacute;vel unir duas culturas que pareciam ser muito distintas, mas que n&atilde;o s&atilde;o antag&ocirc;nicas. S&atilde;o complementares. O Real era patrocinador do Museu do Futebol e passamos para a marca do Santander porque ele patrocina a Copa Santander Libertadores de Futebol.</p> <p><span class="subtitulomateria">Como est&aacute; sendo feito este trabalho de integra&ccedil;&atilde;o al&eacute;m de workshops? Que tipos de estudos voc&ecirc;s est&atilde;o desenvolvendo?<br /> </span>H&aacute; muitas a&ccedil;&otilde;es. Tem um escrit&oacute;rio de integra&ccedil;&atilde;o que coordena toda a parte operacional, onde temos uma frente de comunica&ccedil;&atilde;o que est&aacute; verificando quais s&atilde;o as complementa&ccedil;&otilde;es entre as agendas, desde a &aacute;rea de RH at&eacute; a de Neg&oacute;cios. J&aacute; estamos integrando as pol&iacute;ticas de RH com benef&iacute;cios para os dois lados da organiza&ccedil;&atilde;o. Estamos fazendo a interoperabilidade, que &eacute; o uso dos caixas autom&aacute;ticos de forma integrada, entre outras frentes. Tudo est&aacute; sendo feito atrav&eacute;s de grupos multidisciplinares. Continuamos tocando a vida, fazendo a comunica&ccedil;&atilde;o dos dois bancos e com campanhas novas para cada um deles, mas identificando o caminho para a converg&ecirc;ncia.</p> <p><span class="subtitulomateria">Como est&aacute; sendo administrar as diferen&ccedil;as culturais entre as duas empresas?<br /> </span>Est&aacute; sendo surpreendentemente bom. A afinidade entre as equipes, em todas as &aacute;reas, est&aacute; sendo muito boa. O processo est&aacute; correndo de forma muito transparente. H&aacute; um interesse comum.</p> <p><span class="subtitulomateria">O Santander e o Real t&ecirc;m clientes com perfis diferentes. Como est&aacute; sendo unir dois tipos de clientes?</span> <br /> Somos todos seres humanos e muito parecidos. Os produtos t&ecirc;m nuances diferentes, mas come&ccedil;amos a conversar e a ver pr&aacute;ticas como esta da sustentabilidade, que j&aacute; come&ccedil;am a fazer parte dos dois perfis. Aos poucos estamos unidos as caracter&iacute;sticas das duas marcas. Evidentemente, d&aacute; muito trabalho porque ele duplica do dia para a noite.</p> <p><span class="subtitulomateria">O mercado brasileiro vive um momento de forte consolida&ccedil;&atilde;o. Como o Santander vai se diferenciar?<br /> </span>Pela nossa proposta de valor, come&ccedil;ando pelos produtos, servi&ccedil;os e pela rede dispon&iacute;vel em todo o Brasil. Temos uma rede muito forte n&atilde;o s&oacute; em S&atilde;o Paulo, mas em todo o Brasil. Estou muito otimista que conseguiremos ter um banco mais enxuto, com melhores servi&ccedil;os e maior efici&ecirc;ncia. O mercado est&aacute; se movimentando e cada um vai enfrentar estes desafios para atender cada vez melhor o cliente. Estamos confiantes porque largamos na frente.</p> <p><span class="subtitulomateria">Como voc&ecirc;s est&atilde;o planejando o ano de 2009 diante desta crise?<br /> </span>Estamos enxergando esta crise como oportunidade. Evidente que estamos atentos e que o Brasil e o Santander n&atilde;o est&atilde;o totalmente imunes, mas estamos numa posi&ccedil;&atilde;o privilegiada. O banco tem tido um desempenho &oacute;timo, um dos tr&ecirc;s melhores resultados no mundo.</p>
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