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Lições para um mundo grátis

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Tempo de Leitura 8 min

<p>Por Paulo Vieira de Castro*</p> <p>Em tempo de crise a criatividade parece estar do lado dos mais desfavorecidos. O que poderão os administradores de empresas aprender com aqueles que vivem literalmente na rua? Como poderão os sem teto inspirar a liderança nas organizações?</p> <p>Confira aqui o clip televisivo sobre este estudo</p> <p><object width="425" height="344"> <param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/hiOsFn1gQSs&hl=pt-br&fs=1" /> <param name="allowFullScreen" value="true" /> <param name="allowscriptaccess" value="always" /><embed width="425" height="344" src="http://www.youtube.com/v/hiOsFn1gQSs&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object></p> <p><strong>Primeira lição: você vive do que recebe, mas constrói a vida com o que dá</strong><br /> Apesar do arrebatador avanço da economia contra intuitiva, em especial nas últimas duas décadas, haverá na lógica desta nova economia com um envolvimento preferencial e complementar com critérios que escapam ao entendimento normativo, isto porque estamos perante variáveis meramente auto-referentes do ser humano.</p> <p>Perspectivando uma nova economia solidária, no seu último livro “DAR”, Bill Clinton reformula o sentido do ato, através de um olhar inspirador na forma como cada um de nós poderá mudar o mundo. Há algo que eu confirmei na rua; tudo o que dei é meu, tudo o que dei contínua comigo. Assim, no final, tudo o que restará será o que compartilhei. Manterei este mesmo sentimento relativamente ao que simplesmente comprei ou vendi? Para que isso aconteça talvez seja necessário às empresas uma nova transparência de propósitos, novos valores, um novo enfoque relacional. Refiro-me à criação de comunidades de proximidade real.</p> <p>Será previsível um crescimento de mercado no que à solidariedade diz respeito. Para além de assegurar a sobrevivência básica dos mais necessitados, surgirão novas responsabilidades. Desde logo dar a si mesmo, ou à sua fonte de inspiração, abrindo caminho a um maior compromisso com a espiritualidade, na senda de modelos de aplicação não periférica à responsabilidade de se ser humano, passando a cumprir compromissos estratégicos baseados em valores essenciais à solidariedade, à responsabilidade inclusiva, à compaixão, à espiritualidade, ao estar grato, à paz interior. Esta será a oportunidade que faltava para o surgimento de uma nova economia.</p> <p><strong>Segunda lição: no futuro a economia será interdependente </strong><br /> Na rua a economia de parceria parece não resultar, isto ao contrário do conceito de interdependência. Acredito que no futuro o sucesso das grandes corporações dependerá desse entendimento. Aliás, a internet é já um bom exemplo disso, nos casos em que prova ser possível divergir dos princípios meramente capitalistas, onde existe exclusivamente uma partilha de meios, mas raramente de fins. Assim como na rua, nos negócios, esta ideia implica que todos são, contemporaneamente, a um mesmo momento provedores e tomadores, clientes e fornecedores. Isto é já o que acontece com alguns negócios na internet.</p> <p>Esta visão de futuro para as relações empresariais antecipa o aparecimento de um novo conceito de economia relacional, surgindo a economia interdependente. Nas estratégias solidárias é isso mesmo que acontece: aqui também se dá e recebe o maior dos bens, o afeto inclusivo, a confiança mútua, afetuosa e permanente, a segurança capaz de granjear a paz interior. O aspecto verdadeiramente inovador é que todos ganham nesta relação, e não exclusivamente os diretamente envolvidos. A matemática, a química e a física há muitas décadas que conseguiram provar que na natureza tudo está interligado; interdependente. Como poderiam as relações humanas escapar a esta realidade?</p> <p>Para a gestão isto significará a passagem das parcerias estratégicas para a fundação de uma economia de comunidades, onde cada um contribui individualmente, não competindo, não cooperando, mas sim “inter-dependendo”.</p> <p>Para entender de forma completa a ideia da interdependência nos negócios o ser humano terá de voltar à fonte, ao sopro vital, indo além do autoconhecimento, ou seja à auto-realização.</p> <p><strong>Terceira lição: ser o exemplo que queremos ver nos outros</strong><br /> Apesar de se tratar de uma visão meramente pessoal, acredito que todos teremos a agradecer o fato de poder dar o melhor de nós próprios. Mas, quantos de nós estamos dispostos a isso?! Uma nova consciência para o mundo dos negócios terá, necessariamente, que passar pela responsabilidade de, como diria Ghandi, sermos o exemplo que queremos ver nos outros. Mais uma vez dar, neste caso dar o exemplo.</p> <p>Todos pretendemos vencer. Para os que estão na rua isso significará sempre, quanto a mim, a vitória sobre si mesmo. Este é, igualmente, um desafio para o qual muitos dos nossos administradores de empresas não estão, ainda, preparados.</p> <p>Na rua muitos foram os que deixaram de querer estar certos para passar a querer – simplesmente - estar em paz.. Neste contexto o que será para a economia mudar de perspectiva? Simples; porque não deixar de pensar tanto no fim do mês e pensar mais no fim do mundo?</p> <p><strong>Quarta lição: o centro vital do Homem estará na auto-realização<br /> </strong>Fernando Pessoa dizia que conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez; e isso é certo. Ao contrário da ideia avançada pela sociedade do conhecimento, onde se mostrava central conhecer, a proposta agora será a de auto-realizar. Uma outra mudança que parece irreversível é a que concerne à medida da satisfação, passando esta a ser calculada na economia interdependente, fundamentalmente, com base em níveis de auto-realização de todas as partes da relação. O investimento será sempre na relação.</p> <p><strong>Quinta lição: a economia não terá de ser sustentável, mas sim inclusiva</strong><br /> A realidade que se vive na rua fez-me perspectivar, ainda, o próximo passo, uma nova doutrina económica aparentada a um entrepreneurial capitalism elevado ao seu expoente máximo de responsabilidade inclusiva, onde assim como na natureza, também na economia assistiremos ao retorno à natural evolução criativa, em que encontraremos “todos” que são maiores do que a soma das suas partes. Para além de jogarmos com ideia de interdependência, passaremos a reconhecer no fator impermanência uma variável estratégica de oportunidade, cabendo à gestão de topo potenciá-la, ao invés de a tentar isolar, como se de uma bactéria nociva se tratasse. A mudança é - afinal - o maior bem de todos os homens e mulheres.</p> <p><strong>Sexta lição: a nova lógica de se ser humano</strong><br /> Não será suficiente conhecer a responsabilidade como caminho para um mundo mais justo. Lembre-se que conhecer o caminho não é a mesma coisa que trilhá-lo até ao seu termo. Garanto-lhe que há alguém muito especial que o espera no final do caminho: você!</p> <p>Na dimensão dos valores humanos não existe a verdade dos outros. Viver nesta certeza será assumir a maior responsabilidade das nossas vidas. Aceitar a importância de tais valores nas relações de mercado, obriga a que cada um de nós seja um cientista interior, cuja sua maior valência será a de experimentar a verdade e, consequentemente, estar disponível a aceitar a mudança como a única certeza. A verdade, desde a sua origem, revela-nos o ponto onde nada está escondido, onde só a profundidade do essencial será revelado. Então, seja você mesmo!</p> <p><strong>Sétima lição: o dinheiro é uma não realidade</strong><br /> Ninguém é vítima do mundo, mas sim da forma como o percebe. Nas organizações passa-se exactamente o mesmo. Se eu tiver vinte e cinco milhões de reais, o modo como os uso determina o seu verdadeiro valor. Na verdade o valor do dinheiro depende diretamente da capacidade que cada um tem de o aplicar de forma útil. Mas, qual é o autêntico valor do dinheiro para quem vive na rua? Estimo que um real  possa valer duas a três vezes mais para um sem teto que para um elemento da classe média. Surpreendidos?</p> <p><strong>Oitava lição: só aquele que vê o invisível poderá realizar o impossível</strong><br /> O mundo vai de forma a declarar uma notória impotência da economia quando a colocamos em contraponto com a felicidade real. Perante uma humanidade que se debate entre os anseios de uma nova consciência nos negócios e uma busca individual por um sentido mais amplo para a sua existência, confrontamo-nos com novos ideais enraizados no mais elevado patamar da ética empresarial, a espiritualidade. Só esta parece ser capaz de despertar o princípio organizador, totalizador, integrador de todas as potencialidades humanas. Como poderia ser diferente nas relações de mercado?</p> <p><strong>Nona lição: a inspiração transformadora é o único recurso infinito da Terra</strong><br /> Tudo na vida é uma doce responsabilidade, não um mero jogo de sorte ou azar. Este é um entendimento que, desde meados dos anos oitenta, assiste à figura do Gestor Servidor, também conhecido por Gestor ao Serviço. A revolução organizacional dependerá da assunção de todos os seus elementos enquanto agentes de mobilização.</p> <p>O que falta então para romper com algumas das nossas rotinas? Acreditar que, para além de desejável, é possível. Seguindo a máxima de São Francisco de Assis, deveremos começar por fazer o que é necessário; depois fazer o possível; e, sem dar por isso, estaremos a fazer o impossível. Parece simples!</p> <p><strong>Décima lição: aprender mais com a natureza, e menos com a civilização</strong><br /> O que parece estar a mudar é a relação entre economia e felicidade. Como resposta a esta oportunidade encontramos, agora, formas mais criativas de enfrentar o mercado, resultando desta constatação o atendimento a novas propostas de valor. Na rua vemos isso claramente.</p> <p>Parece um contra-senso, mas não o será se repensarmos o sentido do que é verdadeiramente importante para a vida humana. Cada vez precisamos mais de nos manter prósperos, mas ao mesmo tempo – naturalmente - prestativos, isto de forma inclusiva, sem receios ou ressentimentos, pelo que daremos, incondicionalmente a nossa inspiração, o nosso tempo, o nosso talento, etc. Essa é a verdadeira natureza do ser humano.</p> <p>Está lançado o próximo desafio que se coloca aos criativos das nossas organizações: vender o que é grátis!</p> <p>* Paulo Vieira de Castro é Consultor de Empresas, Director do Centro de Estudos Aplicados em Marketing, Instituto Superior de Administração e Gestão, do Porto - Portugal. Contato: <a href="mailto:geral@paulovieiradecastro.com">geral@paulovieiradecastro.com</a></p>

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