A inclusão digital é definida como a democratização do acesso às TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação), proporcionando que todos participem da sociedade da informação. Apesar disso, 5,9 milhões de domicílios do país não utilizavam a Internet em 2023, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).De acordo com a pesquisa, entre os principais motivos para a falta de acesso à rede mundial de computadores, os brasileiros relataram que nenhum morador sabia usar a internet (33,2%), que o serviço de acesso à rede é caro (30,0%) e que não há necessidade em acessar o ambiente virtual (23,4%).Para Bernard Caffé, CEO da Jovens Gênios, a inclusão digital emerge no cenário contemporâneo como um pilar para a transformação educacional, sobretudo em regiões com acesso limitado à tecnologia.Caffé chama a atenção para a importância da inclusão digital: “O programa Jovens Gênios vem enfrentando diversas barreiras ao disponibilizar ferramentas e recursos tecnológicos para todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica”.Para ele, os indicativos evidenciam a urgência de políticas e iniciativas que revertam essa realidade. “Os projetos de inclusão digital no Brasil têm avançado, mas ainda enfrentam desafios significativos, especialmente em termos de infraestrutura desigual, qualidade da conexão e continuidade das políticas públicas”.Na visão do especialista, há discrepância em relação ao acesso à internet em todo o território brasileiro: “A falta de formação adequada de educadores e de conteúdo educacional adaptado também limita o impacto dessas iniciativas”.Para Caffé, embora haja esforços recentes, como o “Programa Internet Brasil”, e o surgimento de startups como a Jovens Gênios, a inclusão digital no país ainda precisa de maior coordenação e investimento para reduzir as desigualdades socioeconômicas.“Contudo, podemos vislumbrar avanços, pois, atualmente, temos a PNED (Política Nacional de Educação Digital), Lei 14.533 de 2023, que visa promover o desenvolvimento de competências digitais na educação, com foco na democratização do acesso à tecnologia na educação básica, é uma prioridade”, observa.O CEO da Jovens Gênios destaca que um dos eixos dessa política é a educação digital para estudantes e professores, alinhada e em diálogo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “Como parte dessa iniciativa, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação será modificada para que competências e habilidades digitais sejam abordadas desde os primeiros anos do ensino fundamental, integrando computação, programação, robótica e outras competências digitais de forma transversal ao currículo”. Nesse contexto, prossegue Caffé, o programa Jovens Gênios implementa soluções práticas e acessíveis para estudantes de diversas regiões do país. “Lançado em 2018, o programa visa equipar escolas públicas com computadores, tablets e conexões à internet, além de oferecer treinamentos específicos para educadores sobre o uso pedagógico dessas tecnologias”, explica.“Acreditamos que a tecnologia é uma ferramenta para nivelar o campo educacional”, afirma a Dra. Lhays Marinho, coordenadora do programa. “Nosso objetivo é garantir que cada estudante tenha a mesma oportunidade de sucesso, independentemente de onde venha”, complementa. Segundo Marinho, o Jovens Gênios disponibiliza os recursos tecnológicos e promove uma cultura de aprendizado contínuo, incentivando a curiosidade e o pensamento crítico entre os alunos.“Estudos indicam que a inclusão digital na educação pode resultar em melhorias significativas no desempenho acadêmico”, acrescenta Marinho. Ela reporta que pesquisas realizadas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) apontam que estudantes que utilizam regularmente TICs no ambiente escolar tendem a apresentar melhoras em suas habilidades de leitura, escrita e resolução de problemas.“Além disso, a familiaridade com a tecnologia prepara os jovens para as exigências do mercado de trabalho contemporâneo, cada vez mais digital e interconectado”, articula.Tecnologias ampliam a visão de mundo dos jovensMarinho destaca que as tecnologias digitais alteram as formas pelas quais os sujeitos captam o mundo e as coisas, como se relacionam dentro e fora dos espaços-tempos em que proliferam sentidos que, ao serem enunciados, se modificam e modificam o outro.“O discurso tecnológico apresenta diversas facilidades que permitem que as pessoas sejam autoras, produtoras e disseminadoras de conhecimento”, afirma. “No atual arranjo social, as relações do cotidiano estão sendo intermediadas também pelas diferentes tecnologias. São imagens, vídeos, áudios e diversas mídias que mobilizam as ações dos atores sociais, promovendo diálogo entre si e o mundo”, completa. Ademais, prossegue, a tecnologia pode aprimorar a educação no Brasil ao facilitar o acesso a recursos educacionais de qualidade, personalizar o aprendizado para atender às necessidades individuais dos alunos, e ampliar o alcance da educação em regiões remotas.“Além disso”, avança, “a tecnologia promove o desenvolvimento de competências digitais essenciais, incentiva a colaboração e a inovação e capacita professores com novas ferramentas pedagógicas, tornando o processo de ensino mais dinâmico e eficiente”, diz. Programa aborda questões de equidade e inclusão socialMarinho acredita que, ao fornecer acesso às TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), o programa Jovens Gênios aborda questões de equidade e inclusão social.“Estudantes de famílias de baixa renda, muitas vezes, têm seu aprendizado comprometido pela falta de recursos tecnológicos em casa”, pontua. “Ao receberem esses recursos na escola, esses alunos têm a oportunidade de explorar novos conhecimentos e desenvolver habilidades essenciais para seu futuro”, explica.Para mais informações, basta acessar: https://www.jovensgenios.com/