A COP 30, que será realizada em Belém em novembro de 2025, já começa a transformar o cenário econômico e de consumo no Norte e em outras regiões do interior do Brasil. A conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que deve reunir líderes globais, empresas e investidores, coloca o país no centro das discussões ambientais e abre espaço para marcas que desejam associar sua imagem à sustentabilidade e à inovação.
Um levantamento da Fundamento, com base em dados logísticos do terceiro trimestre de 2025, mostra que o movimento de pacotes entre capitais e cidades do interior cresceu 194% no período, enquanto as vendas entre municípios interioranos aumentaram 80%. O avanço indica um novo mapa de oportunidades para empresas que desejam expandir a presença regional e aproveitar a visibilidade gerada pela COP.
Segundo o estudo, o evento deve impulsionar investimentos em infraestrutura, transporte e conectividade, fatores que impactam diretamente a logística do e-commerce e a formação de novos polos de consumo no país. “A COP 30 não será apenas um marco ambiental, mas também um catalisador de desenvolvimento para o Norte e para o interior do Brasil, fortalecendo o comércio, o turismo e os serviços”, aponta o relatório.
Para o empresário Chico Preto, a COP representa uma virada de chave para a imagem e o potencial econômico da Amazônia. “Vejo essa conferência como uma oportunidade para colocar a cidade no centro das discussões sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, construindo uma visibilidade internacional para as marcas que desejam destacar seu compromisso com o meio ambiente. Belém não serve apenas como uma porta de entrada para a Amazônia. É um lugar em constante expansão e muito rico culturalmente”, afirmou.
O executivo destaca que o evento não se limita ao debate ambiental, mas cria um ecossistema de visibilidade e investimentos. “Com a COP 30 impulsionando as discussões sobre meio ambiente, é essencial que nós, enquanto empresas, também reflitamos sobre esse tema. A cidade de Belém pode aderir a iniciativas como o uso de outdoors movidos a energia solar. Isso se alinha às crescentes tendências de priorizar soluções verdes, garantindo que as mensagens das marcas não apenas cheguem ao público, mas também estejam interligadas aos seus valores sustentáveis”, reforça Chico Preto.
Marcas já se movimentam
Empresas de diferentes setores têm se antecipado à agenda da COP 30, buscando protagonismo em ações de comunicação e sustentabilidade. O evento em Belém deve movimentar milhões em investimentos, atrair turistas e consolidar o interior brasileiro como novo vetor de crescimento. Ao mesmo tempo, amplia a chance de o país reafirmar sua liderança em sustentabilidade e de o Marketing mostrar seu papel estratégico na construção desse futuro.
Veja como algumas marcas já estão trabalhando:
Braskem: bioeconomia e descarbonização industrial no centro da pauta
Entre as corporações que já confirmaram presença em Belém, a Braskem reforça seu papel como protagonista da transformação industrial sustentável. A companhia leva à COP30 discussões sobre bioeconomia, matérias-primas renováveis e descarbonização industrial, pilares estratégicos para a transição energética.
A empresa atua na produção de biopolímeros, com o portfólio I’m green™ bio-based, cuja produção de 1 tonelada resulta na absorção líquida de 2,12 toneladas de CO₂ equivalentes. Desde 2010, a Braskem já absorveu mais de 4,6 milhões de toneladas de CO₂, o que equivale às emissões de um carro ao dar 1 milhão de voltas na Terra.
Vivo: quando a natureza chama, a marca responde
A Vivo chega à COP30 com uma nova campanha institucional “A natureza está chamando”, criada pela Africa Creative. A marca usa seu alcance e reputação em sustentabilidade para chamar atenção às emergências climáticas e reforçar o compromisso com a regeneração ambiental da Amazônia.
A companhia investirá na restauração e proteção de 800 hectares de floresta amazônica pelos próximos 30 anos, com plantio de mais de 900 mil árvores. Durante a COP30, a Vivo também participará de debates oficiais, liderando o painel “Telecomunicações como Pilar de Resiliência”, em parceria com o Cemaden e a Cetesb.
JCDecaux: OOH como força de conexão e transformação
Com 20 novos equipamentos digitais e 300 faces publicitárias em Belém, a JCDecaux se prepara para transformar a cidade em um grande painel de comunicação sustentável durante o evento. A empresa fechou cotas exclusivas com marcas como Ambev, Vivo, Vale e Sicredi, e vai operar também em Brasília e nos aeroportos de Guarulhos e Brasília, pontos estratégicos para o fluxo de autoridades.
A operação local já é 100% abastecida por energia compensada via I-RECs e utiliza frota elétrica, produtos biodegradáveis e iluminação LED — práticas alinhadas ao compromisso global da companhia de zerar emissões até 2050.
Para João Binda, Diretor Comercial da JCDecaux Brasil, “o OOH será um vetor de diálogo entre marcas, cidade e meio ambiente”. Ele afirmou ainda que Belém está prestes a se tornar um polo internacional de mídia verde.
Hydro: o Pará em primeira pessoa
A Hydro aposta na força da cultura local para contar histórias que conectam sustentabilidade e identidade. A websérie “Expressões do Pará”, criada pela Ideal Axicom com produção da Octo Films, mergulha nas tradições do estado e nas expectativas para a COP30. A iniciativa integra a plataforma da companhia voltada à valorização da cultura e das comunidades amazônicas.
Apresentada por Tainá Aires, Fafá de Belém e Saulo Jennings, a série traz episódios sobre o Círio de Nazaré, a música paraense, a gastronomia local e a visão dos moradores sobre a conferência. “Queremos mostrar ao mundo a força do Pará e do seu povo. Estar aqui é um orgulho e uma responsabilidade”, afirma Lydia Damian, diretora de comunicação da Hydro.
Bristol: turismo e hospitalidade em expansão
A Rede Bristol Hotéis & Resorts inaugurou dois novos empreendimentos — o Bristol Marambaia Hotel e o Bristol Castanhal Hotel — para atender à demanda crescente da região e aos visitantes da COP30. O Marambaia abriga a maior sala de eventos da região Norte, com capacidade para 700 pessoas, e o Castanhal destaca práticas de responsabilidade social e valorização de fornecedores locais.
Adriana Alves, CMO da rede, destacou que a COP30 marca um novo ciclo para Belém e que o setor hoteleiro tem papel essencial nesse legado.
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