A idade mediana dos brasileiros passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022, segundo os novos dados do Censo de 2022 divulgados nesta sexta-feira, dia 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso mostra que a população, em sua maioria, é composta por pessoas cada vez mais velhas, uma vez que isso significa que metade da população tem até 35 anos e a outra é mais velha.

De acordo com a pesquisa, a tendência do país é ter cada vez menos jovens e cada vez mais idosos – o Brasil registrou o maior salto de envelhecimento entre dois censos desde 1940. Em 2010, a cada 30,7 idosos (com 65 anos ou mais), o país tinha 100 jovens de até 14 anos. Agora, são 55 idosos para cada 100 jovens.

A região Norte é a mais jovem: 25,2% da sua população têm até 14 anos, com idade mediana de 29 anos, a mais baixa. Já o Sudeste e o Sul são os mais envelhecidos: cerca de 12% dos moradores têm 65 anos ou mais. A idade média do Sudeste é de 37 anos, considerada a mais alta do país, enquanto a do Sul é de 36.

Os dados do IBGE trazem luz às empresas que estão passando por reposicionamento ou ainda buscam inovações que visem atender o consumidor brasileiro, mas ainda estão inseguros em relação ao que o futuro reserva. Pensando nisso, marcas e empresas devem acompanhar de perto as demandas e os novos comportamentos para evitar erros crassos como o etarismo na construção de estratégias voltadas para este grupo.

“Os brasileiros da Geração Prateada contrariam os estereótipos de que são pessoas muito dependentes e não se deixam paralisar. Eles querem conquistar muitas coisas no futuro”, analisa Ana Luíza Borges, Diretora de Pesquisas da Toluna, em bate-papo com o Clube Mundo do Marketing.

Lição nº 1: aproveitar a oportunidade

Se a população está envelhecendo, seria lógico que as marcas buscassem acompanhar esse movimento e entender o que esse público quer. Se engana quem pensa que a preocupação com práticas sustentáveis é exclusiva à Geração Z. 74% da Geração Prateada declara ter consciência do impacto que suas marcas e os produtos prediletos causam no planeta.

“Considerando o tamanho dessa população no Brasil, e as perspectivas para os próximos anos, temos um percentual de compradores muito grande, que estão olhando para estes atributos nos produtos e marcas que consomem”, adverte Ana Luíza.

Mais que uma preocupação discursiva, a percepção dos sêniores sobre sustentabilidade se estende à forma com que eles se relacionam com as marcas. Neste sentido, 81% afirmam valorizar tecnologias de baixo consumo de energia, 80% preferem produtos reutilizáveis e duráveis e 74% optam por marcas sustentáveis e ecológicas.

Lição nº2: o mundo é das mulheres

Além do fator geracional, que pode trazer cada vez mais oportunidades para a geração prateada, o Censo IBGE mostra que as mulheres estão cada vez mais dominantes no Brasil.

A população feminina está aumentando de forma constante no país nas últimas décadas. Hoje há cerca de 104,5 milhões de mulheres e 98,5 milhões de homens, uma diferença de seis milhões. As mulheres são 51,5% dos 203 milhões de brasileiros. As diferenças entre Norte e Sudeste aparecem também na maioria populacional. O Norte é a região com mais homens (49,9%), enquanto o Sudeste é aquela que possui mais mulheres (51,8%).

Esse dado traz um insight para as empresas: como as mulheres morrem mais tarde que os homens, a tendência é que a população brasileira continue ficando cada vez mais feminina. A exceção acontece apenas na faixa etária até os 24 anos, onde os homens ainda são maioria na população.

Entendendo as diferenças locais também é possível direcionar melhor campanhas e comunicações para determinado público. A Vult mirou no público feminino e em ações periféricas ao realizar ações locais e relacionadas à causa da igualdade. Em uma ação pontual, a Black Princess lançou a Strong Golden Ale, idealizada e criada por mulheres, desde a brassagem ao envase. A edição especial para o mês das mulheres, reforçou o compromisso da marca na valorização e no empoderamento feminino, assim como o apoio constante pela equidade de gêneros e empreendedorismo. Leia também: Como o Marketing pode ser uma peça-chave do combate ao etarismo?