Em meio ao vasto universo de tendências que deverão moldar o mercado empresarial brasileiro nos próximos anos, o emprego assertivo da tecnologia se destaca como uma das principais. Não por acaso, 98% dos executivos globais acreditam que os modelos básicos de Inteligência Artificial (IA) serão importantes nas estratégias de suas organizações nos próximos três a cinco anos, aponta o estudo "Accenture Technology Vision 2023", da Accenture.

Na prática, a adoção de inovações emergentes confere ao ambiente empresarial benefícios que vão muito além dos benefícios operacionais básicos proporcionados pela tecnologia, como o aumento da produtividade. Em um cenário de ascensão dos modelos de trabalho híbridos e remotos, o emprego de tecnologia específicas pode contribuir, por exemplo, para a melhora da sinergia de equipes que não se encontram com frequência.

Pensando no que está além do básico, a Alura listou quatro tendências de mercado que devem contribuir para o desenvolvimento de operações e pessoas no ambiente corporativo, segundo alguns dos maiores líderes tech do Brasil. São elas:

IAs generativas em diversas áreas

A Inteligência Artificial teve um boom nos últimos anos, mas áreas diversas, como Criação de Conteúdo, Marketing, Programação, Vídeos, Vendas, Jurídico e outras, estão descobrindo novas formas de aplicar essa tecnologia nos seus processos.

Segundo Sérgio Lopes, cofundador e CEO da Alura, as ferramentas desta categoria devem ganhar cada vez mais espaço dentro das estratégias das empresas que querem inovar e otimizar as equipes profissionais.

Neste contexto, Lopes ressalta que é importante que a sociedade entenda o quanto as ferramentas de IA trazem um impacto positivo para o mercado de trabalho, potencializando talentos humanos com uma maior produtividade e velocidade na realização das suas atividades.

Liderança que associa projetos e pessoas

Em meio à crescente valorização do aprendizado em Soft Skills (habilidades comportamentais) junto das Hard Skills (habilidades técnicas), as novas lideranças têm demonstrado uma visão que associa projetos a pessoas.

De acordo com Alaydes Morais, Diretora de Inovação e Desenvolvimento da Oracle, as empresas estão olhando com mais atenção para a mescla dessas duas abordagens, que exigem competências diferentes para a obtenção de resultados bem-sucedidos em cada contexto.

Para a Diretora, liderar projetos é entregar o que foi proposto com sucesso, e ferramentas de IA podem contribuir para a performance e eficácia destes processos. Já liderar pessoas é uma tarefa que requer habilidades não quantificáveis, como a empatia, que pode ser aprendida e aprimorada com a prática, mas não pode ser comparada de maneira objetiva.

Desenvolvimento pessoal no trabalho remoto

A realidade descrita pelo home office e pelo modelo híbrido tem criado novas discussões sobre o fortalecimento de vínculos no contexto do trabalho remoto. Com isso, as empresas passaram a ter novos desafios sobre como promover encontros presenciais no momento atual, sem que precisem elevar custos e abrir mão da diversidade cultural possibilitada pelas novas modalidades.

Para Aline Rezende, Gerente Sênior de Tecnologia da Matera, o pós-pandemia mostrou que o contato pessoal no ambiente corporativo é importante, mesmo não sendo mais diário como antigamente.

Na visão da Gerente, a falta do contato físico do dia a dia dificulta o processo de criar laços com um time que, muitas vezes, nem abre a câmera durante as reuniões virtuais. Logo, ideias e soluções tecnológicas para lidar com questões como essa já estão sendo desenvolvidas e devem se popularizar nos próximos anos.

Engajamento de comunidades

Com a qualidade das experiências tomando uma nova proporção de importância em meio à digitalização da sociedade e do mercado, um dos focos das empresas para o sucesso de seus produtos e serviços passou a ser o engajamento das comunidades que a cercam.

Para Jomar Silva, Gerente de Relacionamento com Desenvolvedores para a América Latina na NVIDIA, as estratégias relacionadas ao tema continuarão em alta, uma vez que a tecnologia está evoluindo todos os dias e, em função disso, negócios do segmento de TI só poderão inovar se a comunidade ao redor deles for ativa e engajada.

Silva completa dizendo que se uma organização depende de desenvolvedores para que as suas soluções possam ser utilizadas por usuários finais, o alcance e crescimento da companhia apenas irá acontecer se esses especialistas estiverem comprometidos e motivados dentro daquele ambiente.

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